segunda-feira, 10 de abril de 2017

Recursos e Tecnologias Inclusivas

Tecnologias e recursos materiais que podem ser utilizados 
Quando falamos em tecnologias e recursos que auxiliam a criança ou adolescente com deficiência na sala de aula, devemos lembrar que eles não são recursos que magicamente farão o aluno superar suas dificuldades. Qualquer que seja o auxílio pensado, sempre passa pela percepção que o professor tem sobre as dificuldades e possibilidades de seu aluno. O auxílio só faz sentido a partir desta relação. Por isso, dizemos que não há regras, existem sugestões para ajudar o professor a pensar em possibilidades, mas isto sempre será posterior a este primeiro contato e conhecimento prévio do professor em relação a criança ou adolescente. 
Os alunos com deficiências geralmente usam os mesmos recursos materiais que os demais alunos. Existem, no entanto, adaptações que podem ser necessárias para facilitar a realização de atividades para quem possui alguma limitação motora, sensorial ou cognitiva. Esses recursos são chamados de “ajudas técnicas” ou “tecnologias assistivas”. 
Infelizmente, esses recursos são caros para a maioria das pessoas com deficiência. É aí que entra a criatividade da professora que engrossa o lápis com fita adesiva para que o aluno possa segurá-lo melhor e, sem saber, também está fazendo tecnologia assistiva, por exemplo. 



Lembre-se que: 
• as adaptações devem auxiliar o aluno e o professor; 
• a necessidade de cada aluno com deficiência é única ; portanto, a família e ele mesmo devem participar da criação e da escolha dos recursos que podem ajudá-lo; 
• o recurso deve sempre ser reavaliado pelo aluno e pelo professor, para ter certeza de que está realmente sendo útil e como pode ser aprimorado ou substituído; 
• as adaptações também podem servir para facilitar o uso do banheiro, da cozinha ou do refeitório, do pátio, das quadras, dos parques, dos auditórios, das salas de aula e de informática, ou seja, todos os ambientes escolares frequentados pelos alunos podem necessitar de adaptações. 
Muitas vezes, nós, professores — depois de algumas tentativas frustradas com o aluno com deficiência — acabamos concluindo, erroneamente, que a criança não tem condições de aprender. 
Nesses momentos, é bom lembrar que cada caso é um caso. Confie na sua criativi­dade, no seu bom senso e, principalmente, na opinião do aluno. Se não conseguir resolver a dificuldade, talvez seja interessante buscar a opinião de profissionais da área de reabilitação ou especializados em educação de crianças com deficiência. Pessoas com formações diversas podem abordar a dificuldade sob perspectivas diferentes, o que pode ser útil em situações mais complexas. 
Ao observar um aluno, não olhe apenas as dificuldades. É importante verificar as habilidades e as formas que ele usa para vencer desafios. Se achar que vale à pena mudar ou incrementar essas estratégias, converse com o aluno e, acima de tudo, respeite a opinião dele 



Como saber qual é o recurso que seu aluno precisa? 



Aqui vão algumas sugestões, baseadas na experiência de outros professores: 
• Observe o aluno durante as aulas, o intervalo, a hora da entrada e saída e demais atividades escolares. Preste atenção nas dificuldades e soluções que ele adota para lidar com suas limitações; 
• Converse com o aluno e pergunte se ele acha que precisa de outros recursos; 
• Avalie e defina com o aluno quais as atividades que podem ser facilitadas com uso de materiais pedagógicos adaptados ou tecnologias assistivas para as atividades da vida diária; 
• Converse com o aluno, sua família e colegas de sala para encontrar soluções. Converse com outros profissionais que também trabalham com o aluno; 
• Pesquise produtos disponíveis no mercado, materiais e objetos baratos que podem ajudar a desenvolver habilidades. Pense nas formas de construir este objeto; 
• Considere todas as opiniões, especialmente, as do aluno, e faça a escolha, considerando os recursos financeiros. Desenhe as propostas ou faça um modelo, se for possível; 
• Faça parcerias com a comunidade: faculdades, escolas SENAI, marcenarias, oficinas de costuras, metalúrgicas, que podem ajudar a desenvolver e construir o equipamento; 
• Em conjunto com o aluno, escolha o melhor processo de confecção do equipamento; 
• Incorpore o recurso às atividades escolares, observe e pergunte ao aluno sobre como se sente; 
• Verifique se o objeto cumpriu plenamente sua finalidade e se as condições do aluno mudam com o tempo, ou se é necessária alguma mudança. 



É importante relembrar que as tecnologias assistivas vão desde uma fita crepe colocada nos cantos do papel para que a folha não escorregue com os movimentos involuntários de um aluno com deficiência motora, a criação de um jogo da memória com desenhos feitos em relevo (com cola plástica, dentre outras alternativas) até um software adaptado para que os cegos possam ter acesso ao computador. Portanto, não se assuste professor! Uma boa dose de criatividade fará com que você encontre soluções simples para facilitar o aprendizado de seus alunos. 
Caso não disponha de nenhum recurso material, você pode pedir para que um outro aluno segure a folha para que a pessoa com deficiência motora possa fazer sua atividade. O importante é que, mesmo sem recursos, você encontre soluções para que seu aluno possa acompanhar as atividades da sala de aula. O que conta verdadeiramente é a sensibilidade do professor em relação ao aluno e a disponibilidade para encontrar soluções que o ajudem. 



Equipamentos que todos podem aprender a usar 



Recursos para Deficientes visuais: 
• Reglete (tipo de régua para se escrever em braile) - O papel fica preso entre essa régua e um pedaço de madeira. Com a punção (um pino com ponta de metal afiada) faz os buraquinhos que formarão as palavras em alto relevo do lado do avesso. A escrita é feita da direita para a esquerda e a leitura da esquerda para a direita; 
• Punção é o lápis - ou a caneta da pessoa cega; 
• Máquina braile - é a máquina de escrever usada pelas pessoas cegas. Possui nove teclas. Para digitar, basta fazer as combinações de pontos em relevo, pressionando as teclas; 
• Mapa tátil para ensinar geografia e informar sobre a localização de lugares para pessoas cegas. Pode ser feito recobrindo-se os mapas comuns com materiais com texturas diferentes ou com areia, argila, massinha etc.; 
• Lupas, lentes de aumento e réguas de leitura. 
• Soroban - é um instrumento de cálculo de origem oriental, formado por continhas de madeira ou de plástico enfiadas em arames. Ele é vantajoso como material de apoio ao ensino da matemática por ser um recurso tátil, de fácil manejo e de custo reduzido. Com ele o estudante aprende concretamente os fundamentos da matemática, as ordens decimais e seus respectivos valores, as quatro operações e mesmo cálculos mais complexo. 



Recursos para os Surdos 
Os surdos baseiam-se também nas pistas visuais. 
A utilização de recursos visuais adequados facilita a compreensão do que está sendo ensinado. Alguns desses recursos são: objetos, filmes, fitas de vídeo, fotos, gravuras de livros e revistas e desenhos etc A escrita e ainda o uso da língua de sinais, da mímica, da dramatização, de expressões faciais e corporais de gestos naturais e espontâneos ajudam a dar significado ao que está sendo estudado. 



A criança surda e a comunicação 
• Alguns pais preferem que seus filhos aprendam a falar, outros preferem que aprendam a Língua Brasileira de Sinais, chamada também de Libras. Há os que querem que seus filhos aprendam ambas as línguas; 
• Não devemos esquecer que a própria criança ou adolescente tem o direito de escolher qual o tipo de comunicação que prefere utilizar. Alguns sentem-se mais à vontade para se expressarem através da língua de sinais, e outros através da língua portuguesa. Isto deve ser respeitado; 
• Para que possa expressar seus desejos e suas necessidades, a criança surda deve aprender algum tipo de linguagem; 
• A escola precisa preparar a criança surda para a vida em sociedade, oferecendo-lhe condições para aprender um código de comunicação que permita sua participação na sociedade; 
• Jogos, desenhos, dramatizações, brincadeiras de faz-de-conta, histórias infantis ajudam a aquisição da linguagem e a aprendizagem de conceitos e regras de um código de comunicação. 




Recursos para deficiência motora 
A crianças com deficiência motora têm dificuldade para segurar o lápis e coordenar os movimentos podem ter maior independência com a utilização de algumas adaptações nos materiais escolares. 



Experimente: 
• Os lápis podem ter seu diâmetro engrossado por várias camadas de fita crepe, argila, espuma, massa do tipo epóxi ou outro material; 
• Evitar o uso de cadernos que são difíceis de fixar na mesa; prefira a folha solta de tamanho A4 ou papel manilha (papel de embrulho); 
• Prender o papel nos quatro can­tos com fita crepe larga e que suporte os movimentos de traça­do da criança; 
• Atividades preparadas pelo professor com traçado grosso feito com pincel atômico em tamanho grande para melhor visualização, per­cepção e entendimento da criança; 
• Traçados de desenhos, letras, números feitos na cor preta em papel branco; 
• Prancha elevatória para aproximar a folha, caderno, livro, etc e melhorar visualização e manipulação do aluno; 
• Para a criança na fase de construção da escrita, faça linhas com pincel atômico e espaço entre linhas de acordo com o tamanho da letra do aluno. O espaço entre as linhas pode ser diminuído gradativamente; 
• Para a criança com dificuldade de percepção espacial (não consegue encontrar determinada letra no meio de outras, perdendo-se e frustando-se), experimente isso: numa tira de cartolina ou papel cartão nas cores branca ou preta, faça um buraco retangular de tamanho suficiente para destacar uma letra ou número. Basta deslizar a janela sobre o papel para o aluno localizar e reconhecer letra ou número. 



Fonte: SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Estratégias e orientações pedagógicas para a educação de crianças com necessidades educacionais especiais: dificuldades acentuadas de aprendizagem: deficiência física. [livro] Brasília:MEC;SEESP,2002, P. 69. 



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RECURSOS PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 



Edição Especial Nova Escola Agosto 2007 (Veja Reportagem na íntegra) 




Para quem não enxerga ou não consegue se movimentar, equipamentos, objetos e brinquedos inclusivos possibilitam um aprendizado mais fácil 








TECLADO VERSÁTIL 

Matheus Levien Leal, 10 anos, está na 4a série e tem paralisia cerebral e baixa visão. Ele usa um teclado com várias lâminas, trocadas de acordo com a atividade. A de escrita, por exemplo, tem cores contrastantes e letras grandes. O equipamento é programado para ajustar o intervalo entre os toques, evitando erros causados por movimentos involuntários.


A criança chega à escola sem falar ou mexer braços e pernas. É possível ensiná-la a ler, por exemplo? Sim, e na sala regular. Para quem tem deficiência, existe a tecnologia assistiva, composta de recursos que auxiliam na comunicação, no aprendizado e nas tarefas diárias. As chamadas altas tecnologias são, por exemplo, livros falados, softwares ou teclados e mouses diferenciados. "Existem recursos para comandar o computador por meio de movimentos da cabeça, o que ajuda quem tem lesão medular e não move as mãos", afirma a fisioterapeuta Rita Bersch, diretora do Centro Especializado em Desenvolvimento Infantil, em Porto Alegre, onde as crianças que aparecem nesta reportagem são atendidas. Já as baixas tecnologias são adaptações simples, feitas em materiais como tesoura, lápis ou colher. Com o mesmo intuito de promover a inclusão, há brinquedos que divertem crianças com e sem deficiência. Os mostrados aqui foram feitos por alunos de Arquitetura da Universidade Federal de Santa Catarina. Já os livros táteis são do Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual, de Florianópolis. O educador da classe regular pode procurar esses materiais na sala de atendimento educacional especializado (a sala de apoio). "Nela, o professor especializado oferece recursos e serviços que promovem o acesso do aluno ao conhecimento escolar. Por isso, o diálogo entre os dois profissionais é fundamental", afirma Rosângela Machado, coordenadora de Educação Especial do município de Florianópolis. Confira alguns materiais que podem favorecer a aprendizagem da sua turma. 


DIGITAÇÃO SEM ERROS 



O suporte, colocado sobre o teclado, chama-se colméia. Ele impede que o estudante com dificuldade motora pressione a tecla errada. 








                                                        NUM
 PISCAR DE OLHOS 



O acionador faz a função do clique do mouse e pode ser ativado ao bater ou fechar a mão, puxar um cordão, piscar, soprar, sugar... O aparato pode ser colocado em qualquer parte do corpo do aluno. Com ele, é possível acessar livros virtuais, brincar com jogos e até digitar, usando um teclado virtual. 









JOGOS COLORIDOS 



João Vicente Fiorentini, 10 anos, tem deficiência física e está na2a série. Por causa da dificuldade de segurar o lápis, ele usa materiais adaptados e aprende a escrever com jogos feitos de tampinhas e cartões plastificados. O material permite a João ainda relacionar cores e quantidades. 



                         Material retirado do Blog http://deficienciavisualsp.blogspot.com.br/2009/08/recursos-para-educacao-inclusiva.html

quarta-feira, 29 de março de 2017

FERRAMENTAS DIVERTIDAS PARA USAR EM SALA DE AULA - VOKY E STORYJUMPER.

         No mundo digital em que estamos vivendo, a necessidade de acompanharmos as novas tecnologias é cada vez mais essencial, pois caso contrário ficaremos excluídos do processo digital. No âmbito educacional não é diferente, as possibilidades se multiplicam e muitas vezes não conseguimos acompanhar o rítmo das mesmas.
        Pensando nisso, sugerimos duas ferramentas que podem ser usadas, tanto na Educação Infantil, como nos demais níveis. Trata-se do VOKI e do STORYJUMPER. São duas ferramentas muita divertidas e com um potencial pedagógico muito grande.
       O VOKY consiste na criação de Avatares que podem ser utilizados em diversas atividades. O professor Mestre Vitor Malaggi disponibilizou algumas sugestões do uso pedagógico do VOKY (http://www.voki.com)e também do STORYJUMPER, ( https://www.storyjumper.com/library/my) que estão abaixo:

SUGESTÕES PARA O USO DO VOKY

C riação individual de personagens no Voki

para, posteriormente, socializar na turma e
utilizá-los em brincadeiras de faz-de-conta .
Para tanto, o(a) educador(a) deve organizar o
espaço pedagógico da turma com objetos,
fantasias e outros materiais, de forma a
potencializar o faz-de-conta com base nos
personagens virtuais
O s(as) educandos(as) poderiam gravar
pequenos trechos de áudio com reprodução
oral de trava-línguas, parlendas ou poemas,
posteriormente criando um avatar temático
para “recitá-lo” no mundo virtual. Para tanto,
pode-se utilizar a opção de upload de arquivo
de áudio no Voki. Por fim, o(a) educador(a)
proporia as crianças a realização de um sarau
com os avatares.
C riar avatares para uma “Batalha de 
Adivinhas”: as crianças trabalham em grupo
na criação de personagens que proporiam
adivinhas para os demais colegas. As
possíveis respostas estariam escritas em
tarjetas com letra de fôrma, com a primeira
letra grafada em destaque. Após decifrar a
adivinha, o grupo deverá encontrar a tarjeta
certa, com base nos conhecimentos que
possuem sobre a escrita. As adivinhas podem
versar sobre diferentes assuntos, até mesmo
sobre os colegas da turma, utilizando assim
tarjetas com nomes pŕoprios.
N o tocante a criação de histórias, o(a)
educador(a) poderia criar um avatar
tematizado com um enredo inicial. A partir da
contação iniciada pelo personagem virtual,
os(as) educandos(as) dariam continuidade na
história sempre buscando atrelar sua criação
com os momentos anteriores, personagens,
etc. A produção coletiva poderia ser gravada
em audiovisual pelo(a) educador(a) ou
registrada de forma escrita em um painel, por
exemplo. Após isso, as crianças poderiam
realizar os desenhos, pinturas ou outro
registro estético sobre as partes da história
coletiva.

N o trabalho pedagógico com projetos , o Voki
poderia ser utilizado para explorar elementos
culturais de outros países, por exemplo. Para
tanto, alguns recursos interessantes neste
contexto seriam os diferentes tipos de vozes
com sotaques pré-existentes no Voki, bem
como a possibilidade de adicionar cenários
com base em imagens pesquisadas na
Internet
A o discutir algum tema ou assunto que
envolve a argumentação/explicação, o(a)
educador(a) poderia propor a criação de
avatares que contivessem em suas falas o
posicionamento inicial das crianças. Após isso,
o(a) educador(a) fomentaria o debate com
base em novas problematizações, solicitando
justificativas e confrontando opiniões. Tal
atividade pode ocorrer, por exemplo, em um
contexto de discussão após a contação de
histórias
U ma atividade interessante, envolvendo a
temática da diversidade, poderia atrelar a
construção de Vokis para perceber, analisar e
acolher diferentes formas de pronúncia, gírias,
sotaques e conhecimentos sobre a linguagem
oral. Para tanto, os avatares criados
ganhariam a voz gravada das próprias
crianças, por meio da opção de upload de
arquivo de áudio. Vale destacar que, tanto na
plataforma Windows quanto Linux, existem
boas opções de editores de áudio. Uma delas
é o Audacity .

P roduzir cartas, avisos ou bilhetes falados
pode ser uma atividade proposta usando o
Voki com a mediação docente . A partir de uma
roda de conversa, as crianças poderão discutir
o contexto de produção (um bilhete para
lembrar as outras turmas da escola sobre uma
atividade que será desenvolvida; uma carta
para que a comunidade escolar fique ciente
das regras de uso da brinquedoteca ou do
parque) e utilizar avatares para divulgar as
mensagens. As imagens dos avatares
poderão compor cartazes ou as mensagens
sobre a atividade que está sendo divulgada.
Também é possível divulgar em espaços
digitais, como e-mails, blogs ou páginas no
Facebook da escola.
E xplorar os diferentes recursos que o Voki
oferece na criação dos avatares
(características física, cores e tamanhos) para
a construção da imagem que fazemos das
outras pessoas e o reconhecimento da própria
imagem. Dar diferentes nomes para os
avatares, permitir que as crianças expressem
o que acharam dos avatares construídos,
podem ser propostas utilizadas para as
atividades envolvendo a construção da
identidade, o respeito à diversidade,
identidade de gênero e interação, itens que
compõem o eixo Identidade e Autonomia da
Educação Infantil.


Abaixo, indicamos algumas ideias que poderiam ser utilizadas na apropriação pedagógica do
StoryJumper em contextos de educação das infâncias: (Professor Mestre VITOR MALAGGI)


1. O(a) educador(a) pode criar no
StoryJumper o início de uma história
(utilizando algum gênero da literatura infantil -
lendas, fábulas, mitos, contos populares, etc.)
e, após apresentá-la e analisar sua estrutura
inicial com os(as) educandos(as), convidá-los
para dar continuidade à narrativa a partir das
suas próprias criações. As crianças em grupos
poderiam, por exemplo, produzir seus próprios
desenhos no tocante aos cenários e
personagens, os quais seriam digitalizados e
inseridos no StoryJumper com a
funcionalidade de upload de imagens (Fotos).
A parte escrita da narrativa, criada pelas
crianças, pode ser registrada pelo próprio
educador(a), atuando neste contexto na
função de escriba.


2. Atividades de narração e/ou sonorização
de histórias podem ser realizadas de forma
divertida no StoryJumper, utilizando-se da
função “Narrar” desta tecnologia. No tocante a
narração, o(a) educador(a) pode valer-se da
criação com as crianças de livros digitais
contendo somente imagens. Após isso, as
crianças formulam e gravam a narração, as
falas dos personagens e contam a história,
diretamente no StoryJumper. Uma versão
desta atividade, focada no trabalho
interdisciplinar com a Música, envolve a
criação de um livro digital sonorizado. As
crianças definiriam que personagens e
situações seriam sonorizadas, utilizando
materiais diversos (sons vocais, corporais,
instrumentos musicais convencionais e
não-convencionais, etc.) para compor e
registrar os sons no StoryJumper.

3. Nas Diretrizes Curriculares Nacionais da
Educação Infantil (DCNEIs) , destaca-se a
importância de promover o contato das
crianças com diversificadas manifestações
artísticas, tais como as artes gráficas e
fotografia. Uma forma de utilizar o
StoryJumper para tal objetivo seria conectá-lo
às propostas metodológicas de aula-passeio e
texto livre , do pedagogo francês Célestin
Freinet. O(a) educador(a) planejaria vivências
sobre artes gráficas urbanas, como o grafite:
após discussões iniciais para o levantamento
dos conhecimentos prévios, proporia uma
aula-passeio para ampliação de repertório, na
qual as próprias crianças registram diferentes
grafites da cidade em fotos. No espaço da
turma, os registros fotográficos e percepções
das crianças seriam socializados e discutidos
na roda de conversa. Por fim, o(a) educador(a)
propõem a criação de textos no StoryJumper,
ensejando a livre expressão das crianças em
histórias que ocupem os registros fotográficos
como elementos de definição da narrativa.

4. Uma atividade de suma importância na
Educação Básica, a reescrita de textos , pode
ser iniciada com as crianças desde a
Educação Infantil, mesmo antes de
conhecerem as formas convencionais de
escrita alfabética. Neste contexto, as crianças
apropriam-se das características da linguagem
escrita, bem como de diferentes gêneros
(poemas, lenda, fábula, etc.), em atividades
que envolvem criatividade e imaginação.
Reescrever um texto já existente não é
sinônimo de reprodução literal, mas, sim, criar
uma versão própria do texto. Envolve suprimir
partes, trocá-las por outras, inserir novos
trechos quando julgar necessário. Partindo de
gêneros afins da literatura infantil, o(a)
educador(a) pode utilizar o StoryJumper na
reescrita de histórias. Primeiramente, as
crianças apropriam-se da narrativa original.
Posteriormente, pensam em diferentes formas
de modificá-la, seja na estrutura narrativa,
ações dos personagens, locais onde se
passam determinados acontecimentos, etc.


5. Os objetivos previstos no eixo Natureza
e Sociedade , propostos nos RCNEIs, podem
ser trabalhados utilizando o StoryJumper
como um suporte de sistematização e
divulgação das atividades desenvolvidas pelas
crianças. Na Educação Infantil é importante
que as crianças realizem reflexões sobre a
diversidade de hábitos, modos de vida e
costumes de diferentes épocas, lugares e
povos. Neste processo, passam a reconhecer
as permanências e mudanças, bem como as
relações entre o seu cotidiano e as vivências
socioculturais, históricas e geográficas de
pessoas (mais próximas, inicialmente), grupos
ou gerações. São possibilidades de temas que
podem ser trabalhados: tipos de alimentação,
escola, moradia, vestimenta , músicas, jogos e
brincadeiras, brinquedos, atividades de
trabalho, lazer, dentre outras. Para tanto,
pode-se utilizar imagens pesquisadas na
Internet, registros realizados pelas crianças
(fotos ou ilustrações), bem como materiais
pertencentes ao seu grupo familiar.

6. Também é possível compor no
StoryJumper um e-book com brincadeiras
antigas e atuais. Para isso, podem ser
propostas pesquisas com pessoas de mais
idade, para que listem e descrevam as
brincadeiras que mais gostavam na infância.
Ao compilar as respostas, a turma pode
observar as mais recorrentes (comparando os
nomes e variações, por exemplo) e convidar
as pessoas que a conhecem para brincarem
juntos. A turma também pode escolher as
brincadeiras atuais que mais gostam para
socializar. Os registros dessas atividades
poderão compor o e-book: imagens, fotos,
descrição da brincadeira, etc. Uma variação
pode ser feita se considerarmos o brincar em
diferentes locais do Brasil. No site Território do
Brincar você encontra um projeto desenvolvido
entre 2012 e 2014, que percorreu diversos
locais do Brasil (comunidades rurais,
indígenas, quilombolas, grandes metrópoles,
sertão e litoral), com registros do que os
documentaristas denominaram “as sutilezas
da espontaneidade do brincar”.

7. O StoryJumper pode ser utilizado para

criação de dicionários. Desde a Educação
Infantil é importante que as crianças
conheçam a função do dicionário e se
aproximem da sua organização e também
daqueles disponíveis em aplicativos e online.
Por isso, é importante ampliar a proposta de
criação de dicionários nessa faixa etária para
além de relacionar uma letra do alfabeto a
uma palavra ou nome de um colega da turma.
Podem ser produzidos dicionários ilustrados,
com temáticas específicas ou de explicação
de conceitos que permitam que as crianças
registrem o significado que elas atribuem às
palavras a partir da sua leitura do mundo .
Também é possível criar dicionários de
palavras derivadas de língua africana ou
indígena que, além de ampliar o repertório,
pode ajudar a discutir a diversidade e a
multiculturalidade.

8. Usar o StoryJumper para fazer
matemática na Educação Infantil pode ajudar
as crianças a organizarem informações e
estratégicas, possibilitando a aquisição de
conhecimentos matemáticos. As histórias
elaboradas no StoryJumper podem ajudar as
crianças a comunicarem ideias matemáticas,
socializando os processos utilizados. O
professor pode formular situações problemas
relacionadas às histórias para propor desafios
matemáticos. O importante é apresentar a
matemática inserida e integrada ao contexto
delas. Por exemplo: organizar histórias com
fotos em diferentes momentos do período
letivo, indicando medidas das crianças (altura,
massa, tamanho dos pés, etc.), comparando
ao longo dos meses. Já para investigar as
regras e regularidades do sistema numérico ,
pode ser explorado o índice, a numeração das
páginas e o ano de publicação, por exemplo.

9. O StoryJumper pode ser utilizado para
ajudar no processo de construção da leitura de
imagens na Educação Infantil, bem como para
construir histórias apenas com imagens, que
podem ser escolhidas pelas crianças a partir
de uma temática, ou podem ser apresentadas
pelo professor. De acordo com os RCNEIs, é
aconselhável que as crianças reconheçam e
estabeleçam relações com seu contexto ao
apreciar imagens, que podem conter pessoas,
animais, objetos específicos às culturas
regionais, cores, linhas, formas, etc. Porém,
também é possível utilizar imagens abstratas
e, nesse caso, o professor deve observar o
sentido narrativo que as crianças atribuem a
elas. É importante que o professor assuma o
papel de provocador da apreciação e leitura
de imagens, mas também que possibilite às
crianças realizarem observações livres das
imagens e socializarem comentários. Um
exemplo de livro “sem palavras”, com
ilustrações que dão a ilusão de estarmos nos
afastando a cada página (ou nos aproximando
se começarmos do fim para o começo) é o
Zoom , de Istvan Banyai.


10. Na Educação Infantil, é indicado que o
espaço físico seja acolhedor e aconchegante.
Os RCNEIs sugerem que seja disponibilizado
um acervo com textos dos mais variados
gêneros, em seus portadores/suportes de
origem (livros de contos, poesia,
enciclopédias, dicionários, revistas, etc). Este
acervo deve estar organizado de modo a
garantir o livre acesso das crianças e, quando
possível, em número suficiente para
possibilitar leituras compartilhadas. Também
pode compor esse acervo os textos
produzidos pelas crianças: coletâneas de
contos, de trava-línguas, de adivinhas,
brincadeiras e jogos infantis, revistas, jornais,
etc. O StoryJumper permite a ampliação desse
acervo, com a criação de uma biblioteca virtual
com as produções das crianças, que pode ser
disponibilizada para outras turmas, para os
responsáveis e/ou comunidade externa,
conforme a proposta pedagógica do
educandário.

Exemplo de trabalho usando o StoryJumper: https://www.storyjumper.com/book/index/38426286